O Rei do Baião também eternizou o seu momento jeansidentity na capa do álbum que popularizou os clássicos “Asa Branca” e “Xote das Meninas”
Não resta dúvida: o sanfoneiro pernambucano Luiz Gonzaga, também conhecido como o Rei do Baião, foi o responsável por popularizar a música nordestina em todo o Brasil. São dele verdadeiros clássicos da nossa música, como “Asa Branca” e o “Xote das Meninas”, entre tantos outros forrós da melhor qualidade. Com toda a certeza, um dos maiores divulgadores da cultura nordestina no país.
“A História do Nordeste na Voz de Luiz Gonzaga” foi o primeiro álbum de estúdio do também cantor e compositor, lançado em 1955 pela gravadora RCA Victor. Era um disco em 8 polegadas contendo oito faixas: “Paraíba”, “Respeita Januário”, “Saudades de Pernambuco”, “O Xote das Meninas”, “ABC do Sertão”, “Acauã”, “Algodão” e o estrondoso sucesso “Asa Branca”.
Anos mais tarde, em 1962, seria a vez do relançamento dessa coletânea em LP (long play, ou seja, disco de longa duração) com mais quatro faixas pela gravadora RCA. E o álbum trouxe uma nova capa.
Nela, iluminado pelo Sol, o Rei do Baião está sentado em um banquinho ao ar livre — sorrindo, como sempre —, com a sua inseparável sanfona em ação. Atrás de si, uma árvore em cujos galhos estão penduradas as roupas típicas do vaqueiro nordestino, o gibão de couro.
Luiz Gonzaga veste um conjunto azul de camisa e calça de brim, com o característico chapéu coco.
Um momento jeansidentity.
Vamos relembrar alguns versos do Rei do Baião?
Xote das Meninas
Mandacaru quando fulora na seca
É o sinal que a chuva chega no sertão
Toda menina que enjoa da boneca
É sinal que o amor já chegou no coração
Meia comprida, não quer mais sapato baixo
Vestido bem cintado, não quer mais vestir timão
Ela só quer, só pensa em namorar
Ela só quer, só pensa em namorar
***
Há 35 anos, Gonzagão nos deixava. Mas as suas músicas continuam embalando os forrós mais animados nos quatro cantos do Brasil de janeiro a janeiro.
Em sua cidade natal — Exu, no interior de Pernambuco —, ergue-se o Museu do Gonzagão, dedicado à vida e à obra do nosso maior mestre sanfoneiro. Lá, o visitante pode encontrar uma coleção de peças originais do compositor, como sanfonas, sandálias, chapéus e gibão de couro, além de fotografias e os discos de ouro que ganhou durante a carreira.
Localizado dentro do Parque Aza Branca, o museu conta ainda com uma réplica da casa de reboco onde Gonzagão nasceu, um viveiro com asas-brancas e o mausoléu que guarda os seus restos mortais.
Orgulhosamente nordestino como a nossa Vicunha, Luiz Gonzaga é considerado — até hoje — uma das mais criativas e importantes figuras da Música Popular Brasileira. Viva Gonzagão!
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