Especial

Bagaço de caju é utilizado para produzir hidrogênio em processo inédito e sustentável

por Vicunha | 1 de dezembro de 2023
Em parceria com a Universidade de Nápoles, na Itália, grupo da UFC confirmou viabilidade de produção do combustível a partir da biomassa vegetal. Trabalho agora está voltado ao aperfeiçoamento da técnica.

 

O bagaço de caju, resíduo farto da agroindústria nordestina, tornou-se matéria-prima para produção de hidrogênio, em um processo inédito e de baixo custo desenvolvido por pesquisadores do Departamento de Engenharia Química (DEQ) da Universidade Federal do Ceará. A equipe, que agora trabalha no aperfeiçoamento da tecnologia, projeta também a instalação de biorrefinarias a partir dessa biomassa vegetal, gerando não somente o citado combustível mas ainda outros derivados por meio de uma rota “verde”.

O bagaço é um resíduo da indústria da castanha e suco do caju, sendo considerado uma matéria-prima de baixo custo e capaz de ser utilizado para produção de diversos produtos.

gás hidrogênio é considerado um combustível promissor de interesse estratégico, cuja consolidação é esperada para um futuro próximo, devido ao fato de ser um sistema energético seguro e sustentável. Com forte potencial econômico, sua queima gera até duas vezes mais energia do que a de combustíveis derivados do petróleo.

Além disso, não emite gases poluentes durante sua combustão, como o dióxido de carbono (CO2), sendo, portanto, uma alternativa para se controlar as emissões de gases de efeito estufa, que aceleraram as mudanças climáticas.

Entretanto, a produção e o armazenamento do hidrogênio ainda exigem elevados investimentos financeiros. Atualmente, a principal maneira de produção do combustível é por meio da eletrólise, processo químico não espontâneo que requer alta demanda de água e energia. O novo método desenvolvido pelos pesquisadores pretende diminuir o gasto energético e o consumo de água através da produção biotecnológica desse gás por um processo mais sustentável.

Após o pré-tratamento físico, o bagaço de caju pode ser estocado em condições ambientes, o que dispensa demanda de energia.

“A biomassa vegetal reduz os custos de produção por ser um subproduto de outra indústria, no caso, a indústria da castanha e suco do caju, sendo considerada uma matéria-prima de baixo custo e capaz de ser utilizada para produção de diversos produtos, entre eles o bio-hidrogênio (BioH2)”, explica Maria Valderez Ponte Rocha, professora do Departamento de Engenharia Química e uma das responsáveis pela pesquisa

A possibilidade de obtenção de hidrogênio e outros produtos pelo bagaço de caju permite que os pesquisadores estudem a viabilidade de instalação de biorrefinarias. Assim como as refinarias de petróleo, que beneficiam esse óleo na fabricação de diversos derivados, como gasolina, lubrificantes, plásticos e asfalto, a biorrefinaria usaria uma mesma matéria-prima, o bagaço de caju, para a obtenção de inúmeros produtos.

Fonte: Profª Maria Valderez Ponte Rocha, pesquisadora do Grupo de Pesquisa e Desenvolvimento de Processos Biotecnológicos (GPBIO), da UFC

#IdeiaVerde #Sustentabilidade

Comentários 1

  • Excelente matéria , que nos proporciona informações atualizadas de interesse coletivo , trazendo para a sociedade e meio ambiente geração de energia sustentável !

    Tão importantes frente aos nossos desafios do novo milênio !

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