Nossa Saúde

Perguntas e respostas do Outubro Rosa

por Isabelle Lourenço | 25 de outubro de 2024

Nossos leitores e leitoras trouxeram diversas dúvidas através de um matéria que divulgamos no início do mês. Por isso, selecionamos as perguntas mais populares, ou seja, aquelas que um maior número de pessoas nos enviou e entrevistamos o médico especialista Dr. Gustavo para esclarecer todas elas. Vamos aprender um pouco mais sobre o combate ao câncer de mama?

Quais são os sinais e sintomas mais comuns do câncer de mama em homens e como ele é diagnosticado?

Os casos de câncer de mama em homens representam apenas 1% do total de casos. É mais comum em homens acima de 60 anos de idade, especialmente em famílias com muitos casos de câncer de mama (mesmo que em mulheres) e câncer de ovário (neste caso, a idade de aparecimento pode ser em homens mais jovens). Os sintomas mais comuns são a presença de caroços na região das mamas, alterações no mamilo e secreções. É importante procurar atendimento médico para um diagnóstico preciso da doença. O médico pode solicitar exames complementares, como ultrassonografia e exames de sangue, e até mesmo uma biópsia da lesão.

Quais são os principais benefícios do diagnóstico precoce do câncer de mama e como ele impacta as chances de cura?

Quanto mais cedo se faz o diagnóstico, em fases em que ainda não houve evolução da doença, ou seja, nos seus estágios iniciais e sem disseminação, as chances de cura superam 95%. Com a progressão da doença, se o diagnóstico ocorrer em fases mais avançadas, ainda será possível realizar o tratamento, porém com chances menores de cura e com maiores riscos de sequelas decorrentes dos procedimentos cirúrgicos e tratamentos necessários.

Quais são as principais orientações dos especialistas para manter uma vida saudável após o término do tratamento de quimioterapia em pacientes menores de 30 anos? É possível retomar uma rotina normal?

Os casos de câncer de mama antes dos 30 anos são raros e requerem acompanhamento médico permanente para esses pacientes, bem como para seus familiares. Após o tratamento, quando não são mais detectadas células cancerígenas, inicia-se o período denominado remissão. Normalmente, durante os dez anos após o fim do tratamento, os acompanhamentos médicos e exames de rastreamento são regulares e próximos. Dependendo do diagnóstico inicial, podem ser indicados medicamentos para bloqueio hormonal, diminuindo a chance de recidiva do câncer. A recomendação é que a paciente mantenha hábitos saudáveis, pratique atividades físicas, tenha cuidados com a alimentação e evite o tabagismo. Com exceção das consultas de rotina no período de remissão, a paciente pode levar sua vida normalmente.

No mês da campanha de prevenção ao câncer de mama, são diagnosticados mais casos do que nos outros meses?

Não há dados que mostrem um aumento no número de diagnósticos no mês de outubro. No entanto, a campanha do Outubro Rosa apresenta diversos indicadores positivos, especialmente ao longo dos anos. Em 2013, 32% das mulheres do público-alvo da campanha nunca haviam realizado uma mamografia. Hoje, esse número está abaixo de 25%. Nos mecanismos de busca da internet, os termos relacionados ao câncer de mama e ao Outubro Rosa aumentam significativamente em outubro e novembro, demonstrando maior interesse no assunto. Existem dados que mostram que o número de mamografias realizadas em outubro chega a ser mais que o dobro se comparado a outros meses do ano.

Por que a reposição hormonal é proibida para quem tem histórico de câncer de mama?

A grande maioria dos cânceres de mama depende do estrogênio para se desenvolver. Assim, a menopausa é um fator de proteção contra o aparecimento ou a recidiva da doença, e a reposição hormonal pode desencadear esses eventos. No entanto, existem diversos tratamentos para os sintomas da menopausa que são seguros para pessoas que já tiveram câncer de mama ou que têm um histórico familiar relevante da doença. Essa decisão deve ser tomada em conjunto com o médico, avaliando os riscos e benefícios de cada opção terapêutica.

Tenho 2 nódulos BIRADS 3. Já fiz ultrassom e levei para o especialista, mas ele disse que eu deveria apenas acompanhar de 6 em 6 meses. No entanto, os nódulos estão doendo bastante. O que devo fazer?

A classificação BIRADS estabelece uma correlação entre a imagem e o risco de que a lesão seja maligna. A decisão de abordar os nódulos cirurgicamente, seja para biópsia ou retirada total, ou de realizar um acompanhamento periódico, como é o seu caso, depende de vários fatores, e a classificação da imagem é apenas um deles. O exame físico, o histórico pessoal e familiar, os fatores de risco para o câncer e para a cirurgia também devem ser considerados. Como você apresenta uma queixa de dor, é importante retornar ao seu médico assistente e expor sua condição atual, tirando suas dúvidas para que a melhor decisão seja tomada no seu caso.

Quem tem mais de 50 anos tem mais chance de ter câncer de mama?

O Ministério da Saúde/Instituto Nacional de Câncer (INCA) recomenda que todas as mulheres com idade entre 50 e 69 anos realizem mamografia com intervalos máximos de 2 anos. A incidência do câncer de mama aumenta com a idade, sendo relativamente raro antes dos 35 anos. A incidência da doença aumenta de forma significativa após os 50 anos de idade.

E aí? Aprendeu um pouco mais e tirou sua dúvida?

Agora é importante partir para a prevenção! Ela é o melhor caminho na batalha contra a maioria das doenças. Procure um médico pelo menos uma vez ao ano e faça os exames necessários. O cuidado com a sua saúde é o melhor presente que podemos dar a nós mesmos e as pessoas que amamos.

#OutubroRosa