Você já se perguntou como o algodão se transforma em fio antes de virar tecido? Já imaginou quais etapas ele percorre e quais tecnologias estão por trás desse processo?

Na editoria Por Dentro das Áreas, seguimos explorando os bastidores da nossa produção têxtil. E nesta edição, vamos falar sobre ela: a Fiação. Uma área cheia de movimento, precisão e transformação, onde o algodão começa a ganhar forma e se prepara para virar tecido. Bora entender como tudo isso funciona?

Se o DMP é o “almoxarifado do algodão”, a Fiação pode ser comparada a uma oficina de costura invisível. É nela que o algodão começa a ganhar forma, se transformando em fios que mais tarde serão tecidos. Um processo cheio de etapas, tecnologia e cuidado!

🔹 Abertura dos fardos: o início da transformação

Tudo começa com a abertura dos fardos de algodão, onde a matéria-prima passa por uma limpeza e homogeneização. Aqui, existem dois tipos de limpeza:

• Limpeza grossa: retira impurezas pesadas, como partes sólidas.
• Limpeza fina: elimina pó e areia, deixando o algodão mais leve e limpo.

É como preparar os ingredientes antes de cozinhar, tudo precisa estar limpo e separado para garantir um bom resultado no final.

🔹 Cardas: alinhando as fibras

Depois da limpeza, o algodão vai para as cardas, onde começa a se transformar. As fibras são paralelizadas e viram uma fita contínua. É como desembaraçar fios de cabelo para fazer uma trança perfeita,  tudo precisa estar alinhado e uniforme.

Dois caminhos possíveis: Fiação Anel ou Open End

A partir daqui o algodão pode seguir por dois fluxos diferentes:

🧵 Fiação Anel: o caminho dos fios nobres

Neste processo, são produzidos os fios mais resistentes e uniformes, com maior valor agregado. A fita passa por dois passadores (1ª e 2ª passagem), que refinam e homogeneízam o material antes de seguir para a maçaroqueira, onde sai pavio, a fita ganha torção e forma. Por fim, no filatório, onde fio realmente é formado, o pavio de entrada recebe estiragem, a torção final e as características físicas do fio.

Esse processo é mais demorado e detalhado, como uma receita feita à mão, com cuidado e atenção aos mínimos detalhes.

⚙️ Fiação Open End: produção em alta velocidade

Já no processo Open End, o caminho é mais direto. Ele elimina a etapa da maçaroqueira, podendo ir tanto das cardas quanto do passador direito para o filatório. Do passador são para os fios mais finos, como o fio 30 Ne. O resultado são fios menos uniformes e menos resistentes, mas com alta produtividade. Ideal para grandes volumes e aplicações onde a resistência não é o principal fator.

É como uma linha de produção rápida: eficiente, automatizada e com foco em quantidade.

Curiosidade: 90% dos processos são automatizados!

A Fiação é altamente tecnológica. Quase tudo é feito por máquinas, garantindo agilidade, precisão e padronização. Isso permite que grandes volumes sejam produzidos com qualidade e eficiência.

🔹 Temperatura e umidade: os guardiões da qualidade

Para garantir que os fios saiam perfeitos, é essencial controlar a temperatura e a umidade do ambiente. Se estiver muito seco, o algodão pode quebrar; se estiver muito úmido, pode ficar pesado e difícil de trabalhar. É como cuidar de uma planta: o ambiente certo faz toda a diferença no crescimento saudável.

A Fiação é uma etapa essencial na produção têxtil, onde o algodão começa sua transformação. Com processos precisos e tecnológicos, ela garante a qualidade dos fios que darão origem aos nossos tecidos.

Na próxima edição da editoria Por Dentro das Áreas, vamos continuar explorando os bastidores da nossa produção. Até lá, que tal observar o tecido das suas roupas com outros olhos, sabendo que tudo começa com um fio bem feito?

E não se esqueça: conta pra gente aqui nos comentários o que achou da matéria. Nos vemos novamente no próximo mês! 👋🏽