Estamos concluindo hoje uma série de entrevistas sobre a nossa presença no mundo, trazendo uma conversa especial com o nosso presidente, Marcos De Marchi. Nesta fala, ele nos conta sobre os eixos estratégicos de desenvolvimento da Vicunha e como vamos seguir crescendo internacionalmente por meio da tecnologia, inovação e de soluções sustentáveis.
Para quem ainda não conferiu, vale acessar as últimas entrevistas com líderes das nossas operações no mundo, como Pablo Jedwabny, diretor Geral da Vicunha Argentina, Eduardo Veintimilla, diretor Industrial da Vicunha Equador, além de gerentes das nossas fábricas no Brasil.
Confira abaixo a entrevista completa com De Marchi em texto e destaques em vídeo.
Comunicação Vicunha: Como você avalia a história da Vicunha nesse momento em que completamos 55 anos?
Marcos De Marchi: Eu cheguei à Vicunha em 2021 e encontrei uma empresa muito dinâmica, do ponto de vista das pessoas, com profissionais muito engajados no que fazem. É uma empresa completamente alinhada ao seu tempo. A Vicunha é uma vencedora e, de todas as empresas têxteis que tínhamos no passado, ela é a que se fortaleceu nesse período. Parabéns à Vicunha e a todas e todos os nossos colaboradores. Somos uma empresa que tem clima muito para frente. E temos que tirar proveito disso em favor de sermos cada vez mais competitivos, inovadores e sustentáveis.
“Daqui a 55 anos, queremos ver uma nova turma comemorando os 110 anos da Vicunha”.
Qual a nossa estratégia de atuação e expansão global daqui para frente?
Nós refizemos o planejamento estratégico com muito pé no chão, aproveitando muito do que as nossas equipes conhecem do mercado e da Vicunha. E definimos cinco eixos estratégicos, que estamos perseguindo através de 26 ações estratégicas. O primeiro eixo é Excelência Operacional, que é importantíssimo e vai desde a formação de pessoas até programas de competitividade, passando por Lean Manufacturing e todos programas que temos nesse sentido, visando sermos campeões de custos. Porque não podemos nos enganar: estamos inseridos em um mercado extremamente competitivo, que compete com países da Ásia e outros lugares do mundo.
O segundo eixo é o de consolidação da nossa Liderança na América do Sul. Temos uma presença muito forte na região, mas temos projetos que visam consolidar a nossa liderança. Essas iniciativas vão desde o desgargalamento de capacidade produtiva até projetos de consolidação no mercado.
O terceiro eixo diz respeito à Internacionalização, em que visamos participar de forma mais vantajosa de mercados como Europa e Estados Unidos. Nenhum país em que temos fábricas dão acesso livre a estes países. Então buscamos alternativas nesse sentido.
Depois, temos um quarto eixo, que batizamos de ESG e Tecnologias. Ele é importantíssimo, porque é nele em que estão nossos projetos de inovação, utilização de algodão pós-consumo e todas as iniciativas que dizem respeito ao Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU), como reduzir consumo de água, eletricidade, etc.
Por último, temos o eixo de Inteligência de Mercado e Gestão da Marca. Ele trabalha as questões de branding (marca) da Vicunha, que é um verdadeiro ativo que nós temos. Esses cinco eixos formam uma estratégia de crescimento e consolidação de liderança no mercado.
Quais são os investimentos externos e projetos que tornarão a Vicunha cada vez mais internacionalizada?
Os projetos que ainda não estão aprovados não podem ser comentados. Mas vocês viram o lançamento da V.Laundry, que é uma conexão com nossos clientes em qualquer parte do mundo. E nós avançamos muito na área de lavanderia, com uma atuação sustentável e integrada para nossos clientes e parceiros.
Também temos a ampliação da capacidade na Argentina, por exemplo, com uma nova máquina de Índigo e novos teares que estão sendo lançados agora. E também com o lançamento de uma Fiação na Argentina, cuja pedra fundamental foi colocada dias atrás.
Além disso, temos o projeto de flexibilização entre produção de brim e denim em Pacajus, de acordo com a necessidade do cliente. Isso é bastante importante, pois nos possibilita acompanhar o que o mercado necessita, de acordo com tendências.
E também cito possibilidades de modernização que podem ser obtidas na ITMA, uma importante feira têxtil de tecnologia em Milão, na Itália, em que estaremos com representantes e técnicos de peso, analisando oportunidades de crescimento. Somos muito cautelosos para fazer investimentos, sobretudo em um cenário de juros altos no Brasil e na América do Sul. Mas nós estamos sempre avaliando boas oportunidades, quando existem.
Estamos na Europa desde os anos 1990. Quais as nossas iniciativas para impulsionarmos as vendas nesse mercado em que a concorrência é acirrada?
Fizemos uma análise profunda da nossa presença na Europa e concluímos que deveríamos ter uma linha de produtos dedicada. Então, nossa área de Desenvolvimento de Produto cria artigos específicos para o mercado europeu, o que nos coloca em uma posição mais competitiva. E também renovamos recentemente o nosso quadro de funcionários localmente, trazendo gente experiente, que entende do mercado europeu e dos competidores, como Turquia e Paquistão, que são os que mais nos enfrentam nesta região.
“Nós não paramos. Estamos trabalhando o tempo todo para verificar as melhores oportunidades para o nosso negócio internacionalmente”.
Como seguiremos escrevendo a nossa história?
A Vicunha está muito bem posicionada e tem uma equipe fantástica. A empresa são as pessoas. E as pessoas na Vicunha estão engajadas e comprometidas com o crescimento.
Para concluir, quais os principais desafios futuros para seguirmos nos desenvolvendo?
Custo é um desafio. São poucos os nichos em que nós atingimos o mercado com preços mais elevados para os nossos produtos diferenciados. Então, sobretudo, temos que ter custo competitivo. O desafio é colocarmos a sustentabilidade em prol de uma redução de custos. Essa é a questão. Quando falamos de usar menos água, menos energia, nós atingimos diretamente questões ambientais. E, ao mesmo tempo, atingimos questões de custo. Fazer essa compatibilização exige muita tecnologia, e nós estamos dedicados a isso.
Também precisamos usar cada vez mais a informatização ao nosso favor, para sermos mais produtivos e competitivos. Queremos ser uma empresa que usa a digitalização a favor da sustentabilidade, da redução de custos e do crescimento.
Estejam certos de que vocês estão em uma empresa cujo acionista quer crescer. E isso é a condição fundamental. Então, temos que aproveitar que nosso acionista crê nos nossos negócios, nos países em que estamos, e que quer expandir para outras regiões também.
Realmente e muito Positivo em ver que a Vicunha sempre esta buscando o crescimento e como ela acredita nisso.