Com Jordânia Medeiros (mediadora), Luís Lima, Poliana Pimentel e Paulo Ricardo
A nossa analista de meio ambiente Jordânia Q. abriu o debate focando na saúde e bem-estar dos funcionários, especialmente no contexto das mudanças climáticas e suas consequências no ambiente de trabalho. O momento reuniu especialistas e colaboradores para discutir os desafios e propor soluções. Este encontro foi fundamental para explorar como as alterações climáticas impactam diretamente no cotidiano profissional e o que pode ser feito para diminuir esses efeitos, garantindo um futuro mais seguro e saudável.
“Um dos maiores desafios dentro do ambiente de trabalho são os riscos ocupacionais”, afirmou Jordânia.
“Quando se trata de mudanças climáticas, o calor extremo é uma realidade no Nordeste e em algumas regiões brasileiras. Nesse contexto, como o PGR (Programa Técnico Obrigatório cujo objetivo é identificar, avaliar, controlar e monitorar os riscos ocupacionais no ambiente de trabalho) pode diminuir estes impactos na saúde dos funcionários?”, questionou.
Com base nisso, o auditor do trabalho Luiz A. F., chefe de fiscalização do Estado do Ceará, também mencionou o PGR:“A empresa precisa ter a análise de todos os riscos com base na NR1 e as organizações devem estar atentas a estes impactos na vida dos trabalhadores. Realizar o melhor PGR, prevendo todos os riscos e desenvolver um plano de ação, identificando os riscos, prever medidas de controle, como, por exemplo, a questão do fornecimento de água fresca na quantidade adequada. A tecnologia na resolução de problemas mais complexos e ajudando na adaptação, no treinamento das lideranças e monitoramento constante. Somente a fiscalização não é o suficiente para a resolução destes riscos de calor excessivo“, afirmou.
Nesse contexto, a engenharia tem um papel fundamental na solução integrada. Para Paulo R., gerente geral de engenharia industrial da unidade de Maracanaú, é importante diminuir os riscos associados ao calor e às mudanças climáticas, levando em consideração a hierarquia das medidas de controle.
“As unidades fabris da Vicunha encontram-se em regiões com temperaturas naturalmente altas, sendo assim, procuramos manter maior ventilação possível das áreas. O primeiro passo é tentar eliminar a fonte de calor principal com equipamentos modernos. A evolução cultural em SSMA se conecta com a engenharia e criou dispositivos de gestão para identificar os possíveis riscos e proporcionar melhorias conforme a legislação para acontecer da forma mais simples possível.”
Esse é o papel fundamental da equipe de engenharia da Vicunha.
Quando o assunto é meio ambiente, é comum falarmos sobre coleta seletiva, tratamento de efluentes, emissões de gases, controle e atendimento de parâmetros na gestão ambiental do negócio. Mas o SSMA, como mudança cultural, unifica todos esses aspectos. Dessa forma, colabora com a saúde do trabalhador, que também é parte do meio ambiente.
A analista de meio ambiente Poliana P. S. explica como esse desafio cultural incorpora o bem-estar externo do funcionário como parte da estratégia climática da empresa, indo além da proteção ambiental e incluindo a saúde ocupacional.
“Todo o processo começa com o letramento, ou seja, com o conhecimento. Não é possível atuar em um tema sem o devido conhecimento. Estamos implementando o significado de mudança climática e nos conhecendo para colaborar com os outros setores da organização a entender e manter essa conexão. Porque quando falamos de sustentabilidade nunca falamos somente sobre meio ambiente, mas sustentabilidade como um jeito de pensar. Quando vou executar algum projeto, preciso analisar o que estou pensando. Não somente na parte ambiental, mas também na governança, se é viável economicamente, e nas pessoas. Não é possível produzir sem recursos e principalmente se não houver pessoas. A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta que mais de 70% dos trabalhadores e trabalhadoras que integram a força de trabalho global estão expostas a graves riscos para a saúde em razão das mudanças climáticas.
O documento indica que mais de 2,4 bilhões de pessoas, de uma força de trabalho global de 3,4 bilhões, estão, provavelmente, expostas ao calor excessivo em algum momento da sua jornada de trabalho. E o que vai direcionar a organização nessa fase de mudanças é a estratégia e os riscos que originam destas análises. Um dos resultados foi trazer o risco de saúde e segurança para a organização, onde todos têm direito a um ambiente ecologicamente equilibrado para a qualidade de vida, consequência dos cuidados com o meio ambiente. Realizar ações que possam trazer o fator humano para dentro de tudo o que está sendo desenvolvido, desde a estratégia e seus desdobramentos operacionais.”