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Vicunha e varejistas debatem soluções para o setor de moda na Abit

por Vicunha | 30 de outubro de 2023

Na última quinta-feira, 26/10, organizamos um encontro para debatermos os rumos da cadeia têxtil e de vestuário no Brasil. O evento aconteceu na Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e reuniu integrantes do varejo de vestuário, como Guararapes/Riachuelo, Marisa, Ellus, Pernambucanas, Damyller, Cazzo, New Magic, YD, Intergriffe, Black Jeans, Biotipo, Bivik, Fideli, Lav Norte, Simon Braun, InBrand, GMitex, Fatal, Consciência Jean, L’orsa.

A iniciativa demonstra como atuamos com base no Foco do Cliente e permitiu que, juntos, pudéssemos refletir sobre a realidade do setor, para buscarmos, de forma coordenada, alternativas para impulsionar o crescimento da cadeia de moda no país.

O encontro contou com a fala dos diretores da Vicunha, German Alejandro e Marcel Imaizumi, o presidente da empresa, Marcos De Marchi, e Anna Maria Kuntz, membro do conselho administrativo da Vicunha. E teve painéis dos especialistas Fernando Pimentel, Diretor Superintendente da Abit, e Marcelo Prado, da consultoria IEMI Inteligência de Mercado, que nos ajudaram compartilhando conhecimento e insights fundamentais para o desenvolvimento do nosso setor.

Segundo German, é fundamental que o setor de moda se reúna para promover o desenvolvimento do mercado e das condições para o seu crescimento. “Precisamos olhar para o cenário atual e buscar alternativas para futuro. Temos que tomar ações que tenham efeitos positivos para a cadeia têxtil a partir de agora”, afirmou o diretor.

De acordo com Marcos De Marchi, presidente da Vicunha, planejar o mercado é importante para o nosso sucesso. “É fundamental nos reunirmos para alinharmos juntos os anseios dos diferentes segmentos dentro do nosso setor, que é amplo. Temos que aprender a assimilar os conflitos do setor para buscarmos soluções para o nosso mercado. Temos forças muito importantes e precisamos trabalhar em cima delas”, avalia o presidente.

Já Marcel afirmou que somos muito mais do que fabricantes de tecidos, e precisamos ser reconhecidos pela nossa diversificação de atuação. “Também somos uma espécie de banco, pois financiamos toda uma cadeia têxtil e de moda. Somos uma empresa de logística, pois entregamos porta a porta produtos no mundo todo. Somos uma empresa de consultoria em moda, tendências e sustentabilidade. E somos uma fabricante de denim e denim colour”.

Setor de impacto e que gera empregos

No painel “Perspectivas do setor”, Fernando Pimentel abriu sua fala dizendo que, apesar dos desafios, o Brasil possui diferenciais competitivos que precisam ser reconhecidos e aproveitados. Enquanto alguns países desmontaram a sua capacidade produtiva têxtil nas últimas décadas, o Brasil manteve sua cadeia fabril estruturada e isso reflete na sua capacidade de resiliência.

“Caso nós tivéssemos que reconstruir nosso parque industrial têxtil e de confecção, precisaríamos de 400 bilhões de investimentos”, afirma. Para ele, isso demonstra o tamanho do ativo que temos no país e que precisa ser bem utilizado pela indústria, em coordenação com a cadeia de moda, a sociedade e governos.

Números do setor têxtil e de confecções no Brasil:

  • Estamos entre os 10 mercados do mundo;
  • R$ 190 bilhões em faturamento;
  • 5º no ranking mundial;
  • R$ 1,14 bilhões em exportações;
  • 1,34 milhão de empregos gerados;
  • 22,5 mil empresas no setor;
  • R$16,5 bilhões arrecadados em impostos e taxas, contribuindo para o desenvolvimento do país.

Desafios globais

Pimentel avalia que, como a economia global vem crescendo pouco, isso reflete também no setor têxtil. Além disso, a alta da inflação no mundo, juros altos, instabilidade geopolítica e desaceleração da economia chinesa são alguns entraves para o crescimento. Por esses motivos, a produção têxtil poderá ter uma queda em 2023, junto a uma baixa do segmento de vestuário.

Outro assunto que precisa estar na avaliação é o comércio eletrônico, que vem crescendo continuamente. Para o especialista, é importante que o país saiba controlar distorções neste tema. Entre as necessidades está o reforço do governo contra produtos ilegais e a aplicação de uma justiça tributária. Caso isso não seja feito, a indústria e o varejo brasileiros podem arcar com efeitos negativos de uma competição desequilibrada com aplicativos estrangeiros nos próximos anos.

Dando a volta por cima

No painel “Cenário atual e perspectivas para o varejo”, Marcelo Prado, da consultoria IM Inteligência de Mercado, informa que o setor têxtil foi o que mais perdeu ao longo da pandemia. “As lojas fechadas, as pessoas em casa, tudo isso contribuiu para a queda nas vendas”, afirmou.

Com o retorno da economia em 2022, o setor da moda conseguiu um bom primeiro semestre em vendas, mas teve uma fraca segunda metade do ano, em virtude de grandes eventos, como Copa do Mundo e eleições. Agora, o esforço é para retomar os níveis de produção e de vendas com foco em estimular a geração de postos de trabalho:

“É impressionante a capacidade de a indústria da moda gerar emprego, contribuir com o sustento das famílias. Muitas pessoas trabalham em pequenas produções, pequenas lojas. É acima de tudo um grande negócio com uma capacidade enorme de gerar riqueza”, afirmou Marcelo.

Para 2024, as projeções são de uma melhora do cenário, com previsão inicial de crescimento no setor produtivo têxtil, de vestuário e calçados. Podem ajudar a impulsionar o apetite do mercado fatores como: a diminuição gradual dos juros; programas sociais, que levam dinheiro para a economia; e o “Desenrola”, iniciativa que já limpou o nome de 3,5 milhões de brasileiros.

Na visão de Marcelo, as empresas devem buscar ações que possibilitem o crescimento do mercado, como:

  • Criação de novos produtos e serviços;
  • Abertura de novos segmentos e consumidores;
  • Desenvolvimento de novos canais de distribuição;
  • Criação de novas formas de comercialização;
  • Abertura de novos mercados regionais;
  • Inclusão digital: fabricantes precisam se conectar;
  • E-commerce: necessidade de multicanais e gestão de estoque;
  • Fortalecimento da sustentabilidade como vantagem competitiva.

 

#FocoDoCliente