Nesta quarta-feira, 21 de junho, começa o inverno no hemisfério sul. De agora até 23 de setembro, boa parte do sul do nosso planeta recebem uma menor intensidade de sol, provocando a sensação de frio, que é ainda mais extrema nas regiões subtropicais ou em localidades de altitudes elevadas.
E esta mudança de temperaturas impacta muito na moda e no mercado. Isso porque as coleções para esta época do ano são produzidas para dar maior conforto térmico para os consumidores, dialogando sempre com tendências de comportamento, com a arte e a cultura popular. Calças encorpadas, macacões, jaquetas e acessórios ganham espaço nos guarda-roupas e nas ruas de muitas regiões da América do Sul.
Como funcionam as coleções ao longo do ano?
Para projetar seus lançamentos, o mercado da moda desenvolveu um calendário baseado nas estações. Ele foi dividido em duas épocas: outono-inverno e primavera-verão. Esse sistema, conhecido internacionalmente como calendário de coleções, foi inventado em 1857 pelo renomado estilista Charles-Frédérick Worth.
Ao observar a troca de estações ao longo do ano, Worth percebeu que era nessa época em que os consumidores buscavam novas roupas. Como o outono é mais parecido com o inverno e a primavera com o verão, o estilista denominou essas duas temporadas e boa parte do mundo da moda segue esse calendário até hoje.
Outono-inverno x primavera-verão
A abertura da temporada em que estamos começa geralmente em março, quando muitas marcas lançam suas coleções de outono, focando nas vendas que ocorrem em abril. Já em maio é lançada a coleção de inverno, com vendas mais aquecidas em junho, devido às baixas temperaturas em boa parte do continente sul-americano. No entanto, muitas marcas preferem lançar suas coleções de outono e inverno de forma conjunta.
Geralmente, em setembro há o lançamento da coleção primavera e, em outubro, a de verão. E elas também podem ser lançadas de uma única só vez, dependendo da estratégia das marcas. Já em novembro e dezembro, chegam ao mercado as peças de alto verão.
O que influencia além do clima?
Além de pensar na variação de temperatura, umidade e nos ventos, um estilista precisa estar conectado a muitos elementos para desenvolver a sua coleção. E muitas dessas influências são apresentadas nas semanas de moda, que são eventos regionais ou internacionais que apontam tendências de consumo e comportamento, além de definirem novos rumos para o setor de moda e têxtil.
O frio impacta nas vendas?
As épocas mais frias do ano podem estimular as vendas, dependendo das condições econômicas. Isso porque muitas pessoas buscarão vestimentas e acessórios para reforçar o guarda-roupa e não sofrer com o desconforto térmico.
Segundo o instituto de pesquisa IEMI, 73% dos entrevistados em pesquisa manifestaram o desejo de ir às compras de roupas na temporada de outono-inverno em 2022. Dentre eles, 48% pretendiam gastar entre R$ 100 e R$ 300 na compra de peças.
De acordo com o instituto, as roupas vendidas entre abril a agosto respondem por 41% das vendas do varejo de moda nacional. Mas, além do frio, outros fatores influenciam nas vendas. Por exemplo, o nível de renda, cenário internacional, desemprego e crescimento da economia podem ajudar a estimular ou não as vendas no varejo, dependendo das condições do momento.
“Segundo as estimativas preliminares da equipe de economistas do IEMI, a previsão é de estabilização na produção de vestuário em geral para 2023 com alta de 0,3% em volume. A produção dos artigos de proteção contra o frio, por sua vez, deve acompanhar este aumento, representando um volume aproximado de 213 milhões de peças de inverno”, afirma Eleni Kronka, pesquisadora e editora de conteúdo do IEMI.
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