Nossa Vicunha

Você sabia que temos uma hidrelétrica de mais de 52 anos? E que ela abastece a nossa unidade no Equador?

por Vicunha | 2 de maio de 2023

Conheça a história da nossa central de geração de energia, que tem quase a mesma idade da Vicunha e hoje alimenta a maior parte de nossas operações no país

 

Em 1967, a Vicunha era fundada no Brasil, conforme já contamos recentemente. Mas o que poucos sabem é que, alguns anos depois, também estava sendo inaugurada uma hidrelétrica na unidade do Equador, que hoje alimenta a maior parte de nossas operações no país. Mas, para contarmos essa história, precisamos voltar um pouco no tempo…

Era o ano de 1969, quando o projeto começa a ser idealizado na Fazenda Vindobona, que fica perto da nossa unidade em Quito, bem no alto dos Andes equatoriano. Em uma área de 1.375 hectares, a propriedade era destinada à criação de gado. E os antigos donos tiveram a ideia de criar uma estação que pudesse abastecer a atividade agrícola com a água da região. Foi então que os proprietários criaram os canais de condução hídrica, desviando parte do recurso do Río Monjas para destiná-lo à fazenda.

Mais ou menos nessa época, um engenheiro alemão, conhecido dos proprietários, recomendou a instalação de uma hidrelétrica para geração de energia para manter as atividades na própria fazenda, além de ajudar no abastecimento da região de Santo Antonio de Pichincha, onde fica a nossa unidade da Vicunha. E, depois de dois anos de trabalho, foi inaugurada a estação hidrelétrica, em 1971.

De acordo com William Montoya, assistente da área de Engenharia Industrial, na época, a central tinha três turbinas que geravam até 1.600 KW cada uma (uma capacidade máxima de 4.800 KW). “Quando a empresa La Internacional comprou a área para instalar uma unidade têxtil, adquiriram também a fazenda Vindobona e passaram a utilizar a usina hidrelétrica para o abastecimento das operações na empresa”, conta William.

 

Modernização das instalações

A Vicunha comprou a empresa têxtil La Internacional em 2007 e, desde então, reforçamos a utilização do complexo energético para acompanhar o nosso crescimento produtivo. Em 2011, modernizamos as instalações com uma turbina nova, que gera 3.000KW e funciona junto com duas das turbinas originais para produzir uma capacidade real combinada de 4.200 KW.

Hoje, 52 anos após a inauguração da hidrelétrica, o complexo tem uma capacidade real de geração de 4.200KW, responsável por mais de 86% da energia elétrica consumida na nossa operação em Quito.

“O objetivo é que, em 2024, possamos ser autossuficientes com 100% da energia produzida pela própria Vicunha”

Rafael Antonio Silva Andrade, chefe de Engenharia Industrial na unidade.

Para ele, além de trazermos benefícios em termos de custos e sustentabilidade para a Vicunha, também contribuímos com o país. “Nós fazemos parte do mercado atacadista de energia e podemos entregar nosso excedente em momentos como, por exemplo, quando estamos de férias, ou quando nossas operações estão em parada momentânea. E, com a nossa expansão de geração, em breve, esperamos entregar ainda mais. Isso não tem a ver com a sustentabilidade apenas da Vicunha, mas do Equador”, explica Rafael.

Rafael, à esquerda, e William (segundo da direita para esquerda) nos contaram como funciona a hidrelétrica em entrevista para a Comunicação

Energia limpa e sustentável

 Atualmente, 14 pessoas se revezam em três turnos de trabalho na operação com o auxílio de 5 mantenedores da planta. Junto à área de Engenharia Industrial da Vicunha, elas são fundamentais para manter a produtividade e os níveis de qualidade e sustentabilidade na geração de energia limpa.

O trabalho de processamento da água não gera contaminação ao recurso hídrico, pois não emite elementos químicos ou metais pesados no rio. Além disso, o processo é feito com base em controles que nos certificam que a água que devolvemos ao rio tem a qualidade adequada.

“Em outros lugares e indústrias no mundo, a geração de energia é com base em usinas termoelétricas ou nucleares, por exemplo. E esse tipo de geração não é bom para o meio ambiente e a vida. Mas, no caso da geração hidrelétrica, apenas transportamos a água e aproveitamos a energia da queda da água, sem impacto ao meio ambiente”.

Rafael Antonio Silva Andrade

Além disso, Rafael explica que parte significativa da água é requalificada e destinada à produção agrícola local: “as águas do Rio Monjas vêm com efluentes contaminados da cidade, com partículas de metais pesados e contaminação microbiológica. E, como parte do contrato de concessão de água assinado com o Ministério do Meio Ambiente, Água e Transição Ecológica, devolvemos parte dessa água, cerca de 20 litros por segundo que passam pelo canal de oxigenação e, depois, recebem uma quantidade adequada de cloro. E, em seguida, esta água é devolvida para ser utilizada na agricultura”, informa o engenheiro.

Outro destaque de sustentabilidade é o trabalho de reflorestamento realizado pela Vicunha na fazenda Vindobona. Lá, plantamos cerca de 150 árvores a cada seis meses, contribuindo para a captação de CO2 da atmosfera, gás que contribui para as mudanças climáticas. Neste processo de reflorestamento, as plantas que usamos são endêmicas, ou seja, já são da própria região, o que mantém o equilíbrio do ecossistema local.

Hidrelétrica abastece quase 90% da energia consumida no Equador


Como funciona a hidrelétrica?

A água é retirada do Rio Monjas, na Estação Bocatoma (1), que contém uma barragem para captação de água. Ali perto, a água começa a ser decantada e canalizada. Na sequência, o recurso é levado por canais subterrâneos para tanques que decantam partículas de areia e sólidos na estação de remoção de areia (2), tornando a água menos turbulenta e facilitando o processo de purificação. Depois disso, a água segue por tubos até o tanque de pressão (3).

De lá, a água vai cair mais de 500 metros até chegar à casa de máquinas (4), onde estão as turbinas para geração elétrica. “É essa altitude de quase meio quilometro que dá a energia potencial, que depois vai ser convertida em energia elétrica”, explica Rafael. Ao final do processo, a água é devolvida ao Rio Guayllabamba. Este rio recebe a foz do Rio Monjas, devolvendo a água ao seu canal natural.

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